Para descobrir o que fazer em Alcântara, uma cidade com beleza própria veja nossas dicas.
Destaca-se pela sua história, arquitetura, calçadas de pedra, e sua festa do Divino. Já visitei por duas vezes e adorei.
Se observar os detalhes vai achar belezas como essa!
A última visita a Alcântara realizei em fevereiro de 2016, como parte de uma viagem que contemplou São Luís, Barreirinhas e Lençóis Maranhenses, no Maranhão e o Delta do Paranaíba, na Paraíba/PI.
Sumário
- Como Chegar
- Festas da Cidade
- O Que Fazer em Alcântara, além das Festas
- Artesanato e mapa da cidade
- Contratar ou não um guia
- Começando o tour
- Calçada do Jacaré
- Casa da quarentena
- Capela de Nossa Senhora das Mercês
- Capela de Nossa Senhora do Desterro
- Praça da Matriz
- Palácio Negro
- O austríaco alcantarense
- Casa do Divino Espírito Santo
- Palácios do Imperador que não existiram
- Igreja Nossa Senhora do Carmo
- Ruínas do Convento das Carmelitas
- Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
- Tambor de Crioula
- Centro de Cultura Aeroespacial
- Posição geográfica dá destaque
- Satélites brasileiros em órbita
- Acidente na Base
- Onde Comer
- Praias
- Casarões de Alcântara
O que fazer em Alcântara – 28 pontos turíticos
Na minha perspectiva de viagem, não dá para ir a São Luís sem reservar pelo menos um dia para conhecer Alcântara, que não é uma ilha como muitos pensam.
Em face aos horários apertados dos barcos, não dá para se conhecer todos os pontos turísticos num só dia. Veja a lista de opções para conhecer.
Se puder ficar mais, existem algumas pousadinhas na cidade.
Alcântara – Por que Patrimônio Histórico?
Alcântara é uma cidadezinha da primeira metade do século XVII, por toda a sua riqueza histórica, cultural e arquitetônica foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN, em 1948.
É repleta de ruínas, igrejas antigas e casarões, prédios antigos com azulejos portugueses, ainda do tempo dos Senhores Coronéis, plantadores de cana-de-açúcar e algodão, do tempo da escravidão dos negros.
Como Chegar
Não é muito fácil organizar a ida, mas vale qualquer sacrifício, eu garanto!
Você pode chegar por terra, mas são mais de 400 km, sete horas de viagem, assim, a melhor forma é por mar, só 22 km e no máximo uma hora e meia.
Os horários de saída dos barcos dependem da maré, geralmente partem entre 7:00 e 7:30h da manhã, mas podem sair às 10h.
É preciso fazer contato com antecedência para conseguir organizar-se, além do mais, não tem como comprar passagem antecipada.
Você pode fazer o passeio de 3 formas:
1 – por meio de agências turísticas como a Sotaque, indicada pelo hotel, em São Luís.
Fazem o percurso com Catamarã, sem cobertura, então recomendam que vá com roupa que possa molhar e com proteção para o sol, que sempre é muito, mais muito mesmo, quente.
O pacote inclui um guia que mostra os pontos históricos da cidade, dando detalhes das construções, contos e desencontros.
O preço por pessoa é de R$ 120,00, incluindo o transfer, busca o cliente no hotel e deixa no hotel.
2 – Por barqueiros particulares, como o Sr. Pereira, (98) 99111-2657, 9984 2198, que fazem o percurso também com Catamarã, mas numa embarcação com cobertura.
Essa embarcação possui parte interna, assim, se não quiser pegar sol de maneira alguma, tem como se proteger.
O ponto de encontro pode ser tanto no Cais da Praia Grande, no Centro Histórico, como na Praia Ponta de Areia. O preço é R$ 15,00 por trecho, por pessoa.
Alguns outros serviços de Catamarã: (98) 98430 8357; (98) 98446 2029.
3 – Pelo transporte oficial, empresa Luzitana, vende passagens no Cais da Praia Grande.
O transporte é feito num barco grande, com assentos, tem televisão e o tempo de percurso parece um pouquinho mais curto, fizemos o retorno em 1:10h. A passagem é R$ 15,00 por trecho, por pessoa.
E, ainda pode fazeer a travessia com o Iate Barraqueiro, também com um barco grande e mais rápido (98) 99119 5288; 99194 1436; 98736 0822; 99102 2371; 99160 2324.
Como fizemos
Na véspera do passeio ligamos para o Sr. Pereira que sairia da Ponta da Areia as 7:30h e regressaria as 13h.
Fomos até o Cais da Praia Grande, por volta das 15h, para verificar os preços e horários. Já estava fechada, sem ninguém para dar informação.
Afixado no guichê estavam os horários da barca para o dia seguinte. Sairia de São Luís as 10h e voltaria as 13:45h.
Decidimos então ir com Sr. Pereira, de Catamarã e voltar com a barca oficial, pois teríamos mais um tempinho para almoçar e conheceríamos os dois meios de transporte.
Ondas Altas afastam muitos da travessia
Uma das questões dessa travessia são as ondas, pois a navegação ocorre em mar aberto, portanto muitas pessoas passam mal.
A agência turística recomenda que o turista tome, uns quarenta minutos antes, um remédio contra enjôo.
No entanto, na ida, no Catamarã achei muito tranquilo e não vi ninguém vomitando.
Falando com o barqueiro, soube que em fevereiro os ventos são mais fracos e as ondas possuem meio metro a um metro. Já no mês de agosto, por exemplo, as ondas chegam a quatro metros de altura, daí o cenário é outro.
A maré influencia a saída dos barcos
Quando chegamos à Ponta da Areia, estavam ancoramos barcos da Marinha que atendem a Base Aeroespacial de Alcântara, observe como os barcos estão na areia, a maré estava baixíssima, no nosso retorno, o cenário era totalmente diferente, os barcos já estavam no mar.
Aqui vai minha dica
Se não houver muito vento e as ondas estiverem pequenas, o Catamarã será uma ótima opção. É mais aberto, seu contato é maior com o mar e a paisagem.
Mas se for um período de ondas grandes, acredito que o barco oficial, bem maior, será mais tranquilo, mesmo com a limitação do local para admirar a paisagem.
Festas da Cidade
A Festa do Divino Espírito Santo
No mês de maio, 40 dias depois da Páscoa, ápice no dia de Pentecostes, acontece na cidadezinha, anualmente, a Festa do Divino Espírito Santo.
Procissões, missas, desfiles, música e muito movimento. Durante as festas, as casas ficam abertas oferecendo comida gratuitamente, inclusive o doce-de-espécie, típico da cidade e que eu amo.
Feito de uma base, com farinha de trigo, em cima, um doce de côco, açúcar queimado e cravo, faz uma combinação deliciosa.
Se gostar de côco, sugiro não deixar de comprar. Vendem em vários locais, em bandejas com dez unidades (R$ 10,00).
Comprei duas e me arrependi por não ter trazido mais. Ah, deixe na geladeira pois como tem côco, estraga fácil, especialmente no calorão da região.
Há uns 20 anos eu fui a São Luís, à trabalho e soube que era época a festa do Divino. Aproveitei o fim de semana para um bate volta em Alcântara e pude testemunhar a beleza da cidade.
Alcântara fica todinha decorada, muita gente pela rua e, me surpreendi com as casas realmente abertas e distribuindo de graça esse maravilhoso doce, foi amor à primeira vista, pena que não tenho fotos da época para mostrar a cidade em festa.
Festa de São Benedito
Em agosto, de 24 a 27, acontece outra grande comemoração, a Festa de São Benedito, com procissões, missas e apresentações da música típica do Maranhão, o tambor-de-crioula.
Um batuque de tambores, acompanhado por mulheres dançantes, com saias bem rodadas, que no movimento da dança, relam os músicos, provocando namoros e casamentos.
Essa manifestação cultural maranhense foi definida recentemente, pelo Ministério da Cultura, como Patrimônio Imaterial da cultura brasileira.
O Que Fazer em Alcântara, além das Festas
De longe, ainda do barco, você avista a cidade de Alcântara, com destaque para a Igreja do Carmo, as ruínas da Igreja de São Mathias e parte da Vila.
Chegando ao Porto do Jacaré, você encontra um trapiche charmoso, iluminado com pequenos postes e lanternas.
Bem em frente, está o Terminal Hidroviário onde você pode confirmar o horário do retorno do barco, comprar sua passagem e inserir seu nome numa lista de passageiros.
Cenas do Porto do Jacaré, chegamos com os barcos na areia, maré baixa. Na partida, os barcos estavam todos sobre a água.
Artesanato e mapa da cidade
Contíguo à esse cômodo encontrará um local com venda do artesanato local, vendendo também um mapa da cidade com todos os pontos turísticos desenhados à mão.
A produção desse mapa, foi um projeto do IPHAN, financiando estudantes para a confecção desse produto histórico e turístico.
Vale a pena comprar, você encontra um boa informação do local e custa R$ 7,00.
Contratar ou não um guia
Chegando à cidade de Alcântara, no Porto do Jacaré, você encontra guias locais que oferecem seus serviços (R$ 20,00 por pessoa). Geralmente organizam grupos de dez visitantes.
Você pode fazer o passeio por sua conta, mas lembre que o tempo é curto e com alguém indicando o caminho você ganha tempo, além de receber todas as explicações históricas do lugar.
Eu fiz o passeio com o Sr. Ysidio, guia de São Luís, que tanto oferece serviços para a visitação do Centro Histórico, na capital (R$ 25,00 por pessoa, sem limitação de horário), como em Alcântara (R$ 15,00 por pessoa) e gostei muito, recomendo.
O Sr. Ysidio de Souza Bisneto, mais conhecido como “Índio” não tem somente o nome peculiar, mas é uma figura singular, é dotado do dom de fotografar de forma inusitada e encanta os turistas com suas sugestões de poses e fotos. Para contatá-lo (98) 98866 6259, ysidiodesousa@hotmail.com
Começando o tour
Calçada do Jacaré
Saindo do Porto, bem ao lado da loja de artesanato, suba pela Ladeira ou Calçada do Jacaré.
Preste atenção na pavimentação de pedras coloniais. Compõem desenhos com partes escuras e claras, simbolizando os brancos e negros, formando como que as escamas de um jacaré, razão do nome da avenida.
Dizem que essa rua foi construída para receber Don Pedro II que iria visitar a cidade, o que nunca aconteceu.
A parte de baixo, portuária, era a região dos proletários e a parte depois do alto da ladeira, dos nobres.
Casa da quarentena
Observe as casinhas antigas, coloridas e algumas ruínas. Preste atenção numa casa à esquerda, com um tipo de sótão.
Conta o guia que essa casa, de classe média, única ainda na cidade, tem um mirante, tipo sótão, que tanto servia para observar o Porto como para colocar os visitantes em quarentena até que tivessem certeza que não podiam transmitir doenças.
Também tem suas paredes feitas de telha para que não ocorra infiltração e sim deslizamento da água de chuva.
Capela de Nossa Senhora das Mercês
Bem no alto da ladeira, à direita, verá uma pracinha onde está a Capela de Nossa Senhora das Mercês.
Rodeada de banquinhos que chama você para dar uma sentadinha, até porque o calor é enorme, mas não dá tempo não, tem muita coisa para ver, rsrs.
Essa capela foi construída no século XX, no local onde, em 1659, foi fundado o Convento da Ordem dos Mercedários que em ruínas foi substituído por um Mercado Público.
Hoje a lembrança do convento fica na memória dos que a conheceram, substituido por essa nova capela.
Capela de Nossa Senhora do Desterro
Logo à frente, viramos à direita e no final da rua encontramos a bela Capela de Nossa Senhora do Desterro, ladeada por dois antigos sinos, construída na primeira metade do século XVIII.
Conta a lenda que você deve badalar por três vezes o sino e fazer um pedido, que será, assim, atendido, rsrsrs.
Esse local é muito lindo, está na beira do morro, permitindo uma vista para a bela Ilha do Livramento, que embora seu grande tamanho, só tem dois moradores.
Um deles é uma senhora que tem autorização da Marinha para lá residir, face a seu projeto de pesquisa sobre plantas medicinais.
É também aí, próximo à igreja, que está o Restaurante Cantaria.
Praça da Matriz
Retornando à rua principal e entrando pela Rua das Mercês, chegará à Praça da Matriz, onde está o prédio da antiga Cadeia, hoje a Prefeitura.
Na sua frente o monumento mais simbólico da cidade, as Ruínas da Igreja de São Mathias, de 1622.
Observe neste local, o Pelourinho, feito em pedra de Lioz ou Cantaria, construído no século XVII, simbolizando o poder do governo, tendo, em relevo, as armas da coroa portuguesa.
Também em frente à igreja, está uma árvore muito dramática e, aos fundos das ruínas, no chão, uma pedra grande, única lembrança restante do Altar da igreja.
Prefeitura, antiga cadeia
Igreja de São Mathias, praça da Matriz
Palácio Negro
Depois de muitas e muitas fotos, saímos pelo lado da igreja, na Rua Grande e viramos na primeira à direita.
Passamos pelas ruínas do Palácio Negro, do século XIX, de propriedade do Brigadeiro José Theodoro de Azevedo Coutinho – Barão de Mearim.
Sua filha se apaixonou por um negro e sendo seu romance proibido, fugiu com seu amado, ajudada por sua escrava mãe Kalu.
Capturada, foi levada ao pai que a deserdou e a expulsou de casa, juntamente com a escrava a quem furou olhos e serrou os dentes, mesmo assim, a escrava morreu só com 105 anos.
O Brigadeiro mandou colocar cortinas negras em toda a casa, pela “morte” de sua filha, razão do nome do casarão.
Conta-se ainda que no seu leito de morte o pai mandou chamar a filha e lhe devolveu a herança, mas a filha não quiz receber.
Detalhe do Palácio Negro, aos fundos Igreja do Carmo
Rua da Amargura
Seguindo em frente, nessa mesma rua, alcança-se a antiga rua da Bela Vista, onde as famílias mais ricas moravam.
Quando se transferiam para São Luís, abandonaram seus casarões que se transformaram em ruínas.
Essa rua passou a ser chamada de Rua da Amargura porque era a rua que levava ao antigo Porto das Barcas e aí, as mães levavam seus filhos que iam estudar fora, deixando seus corações amargurados de saudades.
Nessa mesma rua, note duas coisas, uma ruína que tem uma formação que lembra os Moás da Ilha de Páscoa.
Mais abaixo, uma pequena capelinha que se chama Passos da Paixão, construída pelos Jesuítas, no século XVII, representando as fases da Paixão de Cristo.
O austríaco alcantarense
Retornamos à Rua Grande, onde vimos um casarão com a frente de azulejos portugueses, hoje de propriedade de um senhor austríaco, simpático e muito falante, que estudou engenharia de Petróleo, na cidade de Praga.
Veio ao Brasil à trabalho, participou de vários projetos e quando se aposentou decidiu morar em Alcântara.
Ele conta que fala só três línguas, alemão, russo e algum outro que me esqueci, mas a esposa dele fala seis idiomas. Que facilidade heimmm.
Casa do Divino Espírito Santo
Nessa mesma rua, mais abaixo, está a Casa do Divino Espírito Santo, onde ficam o Imperador e a Imperatriz durante a festa.
Daí partem para a procissão na festa do Divino. É também nesse prédio onde está a exposição das peças e relíquias da festa que ocorre quarenta dias após a Páscoa.
Veja que esse é mais um casarão de azulejos portugueses.
Palácios do Imperador que não existiram
Daí, seguimos para mais dois ícones da cidade, localizados de frente à igreja do Carmo e na esquina da Rua Grande.
Conta-se que Don Pedro II prometeu que visitaria Alcântara.
Assim, dois Senhores ricos da cidade, Barão de Mearim e Barão de Pindaré-Mirim, um do partido liberal e outro do conservador, iniciaram a construção, cada qual, de um palácio.
Concorriam entre si para receberem o Imperador, uma vez que quem o hospedasse receberia um título de nobreza.
No entanto, a rivalidade foi tamanha que um contratou a morte do outro e ambos acabaram mortos, o que levou ao Imperador desistir de visitar a cidade, optando por Petrópolis.
Com isso, nenhum dos Palácios do Imperador foram concluídos. Restam somente as ruínas, portais e sacada de pedra Lioz, demonstrando a ostentação que ambos buscavam mostrar.
Imagino que se as construções tivessem sido terminadas seriam realmente lindas e ricas.
Veja as ruínas do Palácio do Imperador I, Sacada de pedra Lyon, caída ao chão
Detalhes das ruínas do Palácio do Imperador I
Detalhes das ruínas do Palácio do Imperador II
Igreja Nossa Senhora do Carmo
Em frente à essas ruínas está a bela Igreja Nossa Senhora do Carmo, que teve sua construção iniciada em 1691.
Seu interior é no estilo barroco, com decoração em azulejos amarelos e peças muito bonitas, construído no início do século XVIII.
Com um ingresso de R$ 2,00 é possível visitar o interior da igreja que destaca-se pelo Altar-mor que é revestido de ouro.
Não deixe de subir as belas escadas em madeira. De cima você terá uma visão ampla do interior da igreja e dos casarios e ruínas à volta da igreja, muito interessante.
Veja ainda, no térreo, ao final do corredor uma pia antiga, que conforme conta a senhora que cuida da entrada, foi localizada por uma arquiteta de São Luís, num restaurante do Rio de Janeiro, conseguindo que fosse devolvida ao seu local original.
Na igreja existem placas indicativas dos restos mortais de famílias importantes da cidade, da época áurea como a família Guimarães.
Ruínas do Convento das Carmelitas
Ao lado da Igreja de Carmo estão as ruínas do Convento das Carmelitas, que não pagarem os impostos, acabou abandonado.
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
Seguimos então pela Rua Direita até a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, com um galo no alto, símbolo de Portugal.
Construída pelos negros em 1759 para a celebração das missas pois não podiam frequentar as igreja dos brancos.
A missa dos negros iniciava depois e terminava antes da dos brancos, pois tinham a obrigação de levar e buscar os senhores na missa.
Perceba que a igreja só tem uma torre, pois com duas torres teriam que pagar impostos e como não tinham recursos financeiros, limitaram a uma torre somente.
Tambor de Crioula
Fomos recebidos pelo Sr. João Batista Pinheiro Campos que dando continuidade ao trabalho de sua mãe, cuida da igreja e conta sua história.
Fala de cada santo, em especial sobre o São Benedito que pegava as sobras de comida e distribuía, às escondidas, para os negros.
Um dia foi delatado e quando questionado sobre o que carregava em sua sacola, disse que eram flores.
Quando abriram a sacola, estava cheia de flores, considerando-se seu primeiro milagre.
Mas não foi somente os ensinamentos sobre a igreja que o Sr. João nos deu. Brindou-nos, ajudado pelo guia, com uma amostra do ritmo típico maranhense, vindo dos negros, o Tambor-de-crioula, assista a apresentação abaixo.
Centro de Cultura Aeroespacial
Por último, fomos visitar o Centro de Cultura Aeroespacial. Esse espaço fica há quilômetros do local onde as equipes técnicas trabalham.
Também está distante da Base de Lançamento, mas tem por objetivo mostrar à população o que o país tem feito na área.
Posição geográfica dá destaque
Alcãntara foi escolhida para sede da Base de Lançamentos por conta de sua posição geográfica, a dois graus do Equador, o que reduz o trecho de percurso no lançamento.
Isso gera economia de 30% de combustível. Parece pouco, mas quando o militar explicou que um foguete tem 70% de combustível, ficou fácil entender o valor do local. Isso possibilita alugar a base, também para outros países.
Com mais de mil pessoas envolvidas, a Base já fez três lançamentos de foguetes exclusivamente brasileiros que visavam enviar satélites de monitoramento climático e desmatamento, mas nenhum foi bem sucedido.
Satélites brasileiros em órbita
Por outro lado, o Brasil já possui vários satélites em órbita, lançados por profissionais brasileiros, em outras bases pelo mundo. Fruto de parcerias, como por exemplo, na China.
Isso significa que o país tem tecnologia e conhecimento, o que falta é investimento suficiente para, com sua própria estrutura, ser autônomo.
Só para uma simples comparação, os EUA investem anualmente 64 bilhões de dólares por ano e o Brasil 180 milhões de reais por ano. Fica até ridículo né!!!!
Acidente na Base
Lembramos também do acidente ocorrido em 2003 muito próximo a ser feito um lançamento de um foguete, causando explosão do combustível, que por ser sólido, foi de dimensão bem menor.
Mesmo assim, matou 26 profissionais, inclusive muitos cientistas. Foi grande a perda para o país.
Esse acidente levou a base a modernizar seu sistema de funcionamento e segurança, substituindo máquinas rudimentares de controle, que obrigava um grupo bem maior de pessoas ficarem envolvias.
Hoje, muitas das máquinas foram substituídas por um único computador que controla todo o processo, de uma longa distância, reduzindo os riscos.
Além das fotos e maquetes dos foguetes, você poderá ver um deles, em seu tamanho, real, cerca de 10 metros. Gostei muito da experiência.
Saindo daí, conhecemos um cantinho de uma rua com uma concentração de trevo de quatro folhas.
Florzinha difícil de ser encontrada e ali havia de montão. Para os supersticiosos, esse é o point, kkk
Onde Comer
Restaurante Cantaria, peguei a dica com a Silvia, blogueira do matraqueando.
Reservamos o prato quando passamos pela Capela de Nossa Senhora do Desterro, para que após o passeio pelos pontos históricos, retornássemos ao restaurante já com o prato pronto.
Funcionou muito bem, dando tempo suficiente para almoçarmos e até descansarmos um pouquinho.
Como opto por não comer frituras, decidimos pela Peixada ao molho de camarão, acompanhado por três tipos de arroz: branco, vermelho e verde, esse de cuxá – arroz típico do Maranhão.
De origem indígena, o arroz de cuxá é feito com uma planta chamada vinagreira.
De verdade, a comida é razoável, nadinha de mais. O que vale mesmo é o lugar onde se faz a refeição, adorei.
Não vou falar nem mostrar aqui, para que você também se surpreenda como eu.
Restaurante Bela Vista, de frente para o rio, criando um ambiente bem legal para a refeição.
Praias
Praia da Baronesa, foi tomada totalmente pelo mangue e não é mais possível visitar.
Praia de Itatinga, fica do outro lado do mangue, de frente à Pousada dos Guarás. É preciso contratar um barquinho para atravessar o mangue e poder desfrutar da praia.
Depois de nosso almoço ainda tivemos um tempinho para descanso, descemos de volta para o Porto.
Enquanto aguardávamos a saída do barco tomamos um côco gelado. Experimentamos o famoso guaraná Jesus, fórmula de um farmacêutico maranhense, vendida à coca-cola.
Gostei demais do bate volta, claro que não deu tempo para conhecer todos os pontos históricos e muito menos conhecer todas as histórias, mas descobri o que fazer em Alcântara, num dia.
Aprendi muito, vi paisagens lindas, casarões históricos com azulejos portugueses e ruínas, tudo muito interessante.
E aí, você não acha que é imprescindível conhecer Alcântara? Planeja já a sua viagem!!!
Casarões de Alcântara
Praça do Carmo – casarões com azulejos portugueses
É possível customizar o passeio para pessoas com alguma dificuldade de locomoção, incluindo o serviço de um carro. Converse com o guia que ele organiza.
De toda a forma, é preciso andar bastante e as ruas são de pedra, o que não facilita muito.
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